sexta-feira, 30 de março de 2012

Um raio-X do empreendedor digital brasileiro

Ele tem entre 20 e 30 anos, nunca estudou tecnologia e sofre com a falta de recursos financeiros. É o que mostra pesquisa realizada pelo Instituto M. Sense Inteligência de Mercado, sob encomenda do Grupo RBS
por Gilberto de Almeida

Se você pensa em abrir uma startup, mas não tem formação especializada, não conta com o apoio de investidores e gostaria de manter o emprego atual, saiba que não está sozinho. Esse é o perfil da maioria dos empreendedores digitais brasileiros, de acordo com pesquisa encomendada pelo Grupo RBS ao Instituto M. Sense Inteligência de Mercado. Foram entrevistados 770 empresários de todo o país, entre setembro e outubro de 2011.

Se no empreendedorismo tradicional a mulher já ocupa um espaço praticamente igual ao do homem, no segmento digital eles predominam: 75% dos pesquisados são do sexo masculino. Eles têm entre 20 e 30 anos de idade (61%) e pertencem às classes A e B (86%). “As mulheres ainda têm participação pouco significativa no cenário de tecnologia”, diz Andiara Petterle, diretora de Estratégia Digital e Desenvolvimento de Negócios do Grupo RBS. “Há um espaço importante a ser ocupado por elas.”

Os brasileiros que buscam um lugar ao sol no mercado digital concentram-se na região Sudeste (72%, sendo 62% na cidade de São Paulo) e têm superior completo (46%). Engana-se, porém, quem acha que a maioria vem das faculdades de Computação ou Engenharia: 32% cursaram Comunicação Social. “O meio digital no Brasil é identificado como mídia e atrai profissionais da área de Comunicação. É diferente do que acontece em países como os Estados Unidos, por exemplo, em que os profissionais de tecnologia dominam o segmento”, diz Fábio Bruggioni, CEO de Internet e Mobile do Grupo RBS.

Conseguir recursos financeiros para abrir e manter a empresa é a maior preocupação desses empreendedores — 44% consideram essa sua maior dificuldade. Os entrevistados também se queixaram da falta de mão de obra qualificada (30%) e do pouco tempo de que dispõem para se dedicar às suas ideias (34%). Explica-se: 63% deles se dividem entre o projeto digital e um emprego, que serve para pagar as contas e financiar o negócio. “Eles trabalham em um clima de incerteza, e as desistências são frequentes. Para que o mercado amadureça é preciso criar um ‘ecossistema sustentável’ para esses empresários, que poderão assim atrair os investidores”, diz Andiara, do grupo RBS.

Fonte: Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios

quarta-feira, 28 de março de 2012

Antes de investir em uma empresa, saiba se o projeto tem chances de ter sucesso

Quase todo empreendedor acredita mesmo que a sua ideia de negócio é perfeita, não tem como ser melhorada e está destinada ao sucesso absoluto. A ilusão empreendedora está também ligada à capacidade destas pessoas de enxergarem projetos e se entusiasmarem tanto a ponto de investirem o próprio dinheiro e tempo nele.

Geralmente, no entanto, as ideias sempre podem ser melhoradas e algumas nem devem sair do papel. Seja por falta de clareza ou mesmo de pesquisa, existem pequenas empresas que não vão adiante e saber disto a tempo pode ajudar a evitar uma decepção e um rombo na conta bancária.

Para David Kallás, professor de Estratégia do Insper, existem quatro perguntas essenciais para medir o quanto a sua ideia é boa. “A primeira é se sua ideia é realmente útil. A segunda é se o seu preço é facilmente acessível para a massa de compradores. A terceira é se você é capaz de cumprir sua meta de custo para lucrar com o preço que definiu e, por fim, como vai fazer para entregar a um custo adequado e ainda ter lucro. Para ser comercialmente viável, precisa ter as quatro coisas”, explica.

Veja a seguir sinais de que uma ideia não tem potencial para virar um negócio de fato.

O mercado consumidor é imenso

Se você acha que seu negócio tem um mercado consumidor enorme, já começou mal. O primeiro passo a fazer uma pesquisa séria e não ficar só perguntado o que seus amigos acham sobre o produto. “Precisa testar de uma forma mais objetiva do que simplesmente consultar algumas pessoas”, diz Kallas.

O ideal é que o empreendedor converse com clientes potenciais assim que tiver a ideia, mas profissionalize na hora de investir. “O que vai mostrar se é boa ou não é conseguir vender aquilo. Precisa vender ou não tem dinheiro para nada”, ensina Marcos Simões, diretor de seleção e serviços a empreendedores da Endeavor.

Outro sinal comum de problemas na ideia é quando o seu mercado é muito generalizado. “Coloque como perfil quem realmente enxerga o valor do produto. Precisa pensar qual o tamanho do mercado, para quantos clientes pode vender e é importante que o empreendedor seja muito crítico e específico”, diz Simões.

A ideia é tão inovadora que as pessoas nem acreditam

Quando uma ideia é muito inovadora, o empreendedor precisa pensar em mais coisas além de abrir uma empresa. “Ele pode enfrentar resistência das pessoas, de achar que não funciona ou não vai dar certo. São barreiras cognitivas”, explica Kallas. Não conhecer as barreiras de adoção para realizar sua ideia é um sinal grave de que o empresário não está pronto. “A adoção não deve ser só pelo cliente, mas pela equipe. O grande cemitério de derrota de ideias é a própria equipe. Tem que ser bom não só para vender fora, mas dentro de casa”, conclui o professor do Insper.

Outro tipo de barreira diz respeito ao posicionamento da sua empresa no mercado. “Tem outros players com uma proposta e capacidade de execução muito semelhante à sua? Precisa pensar porque o cliente compraria de você e não dele”, diz Simões.

O projeto é ótimo, mas precisa de muito capital

Uma boa ideia de negócio precisa também ser projetada para fazer a empresa crescer. É isso o que os especialistas chamam de ideia escalável. “Não basta ter um mercado grande, precisa saber o quão rápido consegue crescer”, explica Simões. Geralmente, uma ideia de negócio é pouco escalável quando o crescimento da empresa está atrelado a um alto investimento em capital ou mão de obra extremamente qualificada. “Se precisa de muita capital para crescer, desacelera o crescimento”, diz o diretor da Endeavor.

Ainda não há um modelo de negócio definido

Você já sabe como vai ganhar dinheiro com a sua ideia? Pois o modelo de negócios é parte essencial de um projeto bem sucedido. “Potenciais empreendedores veem todo mundo ganhando com algo e querem entrar também. Não precisa ser a Nasa para construir um negócio que vai dar certo, mas tem que ter certeza que não está fazendo mais do mesmo”, explica Simões.

O modelo de negócioé também a chave para ter sucesso na empresa. O diretor da Endeavor cita o exemplo dos serviços de software na nuvem. “Eles têm o mesmo produto que os concorrentes, mas têm forma diferente de precificar. Ao invés de cobrar um valor enorme para comprar a licença, cobram um valor mensal. Isso se dilui na mensalidade e mais gente fica disposta a comprar”, conta.

Fonte: Exame PME

segunda-feira, 26 de março de 2012

Dicas de "Inovação"

Faça uma primeira reunião – De preferência perto da virada do ano – isso traz bons fluidos - e vá de calça jeans. Convoque toda a sua equipe e questione-a sobe como fazer o que se faz de maneira diferente. Crie expectativas de mudança, peça opiniões, anote algumas. Elogie todas, inclusive as piores. Aproveite a chance para ser percebido como aquele-que-escuta-e-se-preocupa-com-os-funcionários! Todos vão adorar.

Faça dinâmicas com balões  - (ou bexigas, se preferir). Pegue um saco de balões, encha-os entregue a cada um dos participantes da reunião. Em seguida escreva “Inovação” com pincel atômico de várias cores distintas e jogue-os para o alto. Peça aos participantes que não os deixem cair, mantendo-os sempre no alto, usando apenas uma das mãos e pelo maior tempo possível. Diga em alto e bom som: “a inovação é como estes balões, precisa de esforço para se manter em alta.” Dica: não deixe que pessoas de fora vejam o exercício, pode pegar mal para você e para sua carreira.

Sempre que puder, fale “pensar fora do quadrado” e “hierarquia de valores” – isto dá um grande Ibope com o grupo. Relaxe, você não precisará saber qual a prioridade nesta tal hierarquia.

Use uma bela grana do seu budget em pesquisas - pegue os relatórios e não leia nenhum deles. Ao final, cobre que todos tenham lido. Toda vez que alguém quiser tirar outrem da zona de conforto com alguma ideia mirabolante, corte-o imediatamente e pergunte se ele não leu o que as pesquisas indicam.

A grande ideia - Antes de perceberem que você só fica no discurso (seu prazo é de 6 meses a contar da primeira reunião). Chame seus funcionários e diga que teve uma ótima ideia. Para chegar a este ponto, analise o que seus concorrentes estão fazendo. Às vezes, quando você dá alguma ideia, outra pessoa da sua equipe acaba usando-a como trampolim para uma ideia muito melhor. Faça o mesmo do seu concorrente, copie algo que não exponha em quase nada a percepção do produto ou serviço para os consumidores. Em seguida fique mais um semestre sem se movimentar neste sentido.

 Fale em “ouvir o cliente” -  (parece fake e ultrapassado, mas ainda cola bem).  Não mude o processo produtivo da sua empresa, continue dominando a cadeia de valor/processos. Nunca inverta os papéis. Com certeza você sabe que esse papo de “ouvir o cliente” é para palestrantes de Marketing; no mundo real, isto não funciona!

Corra riscos - Quem quer inovar precisa estar disposto a correr riscos de falhar. Repita: em minha empresa as falhas jamais serão punidas. Esse é o ponto mais importante. Você não será compreendido por muito tempo. Quando começarem a criar inovações sem base fale que isto faz parte do processo de mudanças pontuais para expandir o negócio. Se a ideia falhar (e vai) demita o autor, mas sempre na virada do semestre, diga que foi necessário por corte de custos ou por uma mudança nos projetos, mas nunca por erro.

Espaço físico – Empresa inovadora tem ambiente jovem, portanto, vamos alterar rápido este aspecto, mesmo que não altere em nada o DNA. De cara compre puffs e coloque na sala de reunião. Se puder colocar uma TV com vídeo game, melhor ainda, mas compre um ATARI velho com três fitas idiotas (você não vai querer ninguém jogando aquilo no horário de trabalho). Se for ainda mais ousado, solicite a um fornecedor uma máquina de refrigerantes e a coloque na sala de reunião (mas não esqueça de cobrar um valor superior em 50% ao mercado por cada latinha). Ao ser questionado, fale que depende do setor de compras e que você já solicitou que o preço fosse ajustado.




Fonte: Mundo do Marketing

quinta-feira, 22 de março de 2012

Rede social simula funcionamento da Bolsa de Valores




Tentar a riqueza na Bolsa de Valores é muito tentador – e também arriscado, sobretudo para os leigos na dinâmica de compra e venda de ações. A dificuldade para entender e analisar as tendências do mercado financeiro foi a inspiração para que um grupo de empreendedores brasileiros criasse uma plataforma de conhecimento coletivo sobre a Bolsa.

A Meivox é uma rede social em que os usuários realizam análises diferenciadas sobre seus investimentos na Bolsa de Valores. Com dados reais do desempenho da BM&FBovespa, alimentados diariamente, cada membro da rede pode simular transações de compra e venda de ações. “É uma ferramenta abrangente, que pode facilitar a entrada de pessoas físicas na Bolsa de Valores”, afirma Rodrigo Terni, 24 anos, engenheiro da computação e CEO da Meivox.

A rede começou a ser desenvolvida por Terni e mais quatro sócios em 2010 e foi ar em 2011, em uma versão beta. “Escolhemos 150 usuários com perfis diferentes. São pessoas que já operavam, analistas e usuários leigos, de forma que pudéssemos testar a aderência e possíveis melhorias”, diz Terni.

Diariamente, cada usuário pode comprar ou vender ações fictícias das empresas listadas e analisar as tendências de queda e alta, de acordo com as transações acumuladas no dia. O site também divulga um ranking do desempenho de cada usuário diariamente. O objetivo é que eles se adicionem, como em um perfil do Facebook, e troquem informações sobre o desempenho das ações. O ranking dos usuários ajuda a decidir quem são as pessoas com o conhecimento mais consistente. “Ao formar esse círculo de pessoas em quem confia, o membro da rede determina a qualidade das decisões sobre compra e venda e obtém informações valiosas”, afirma Terni. Essa forma de utilizar a inteligência coletiva para a compra e venda de ações foi denominada “crowdtrading” pelos sócios da Meivox, em referência ao croudsourcing.

A rede disponibiliza vídeos tutoriais e um glossário de termos técnicos para facilitar a vida de quem nunca entrou no mundo das ações. Mas, segundo Terni, o verdadeiro aprendizado vem da relação dos usuários iniciantes com os mais experientes. “Essas referências podem até ajudar a determinar tendências na Bolsa de Valores de verdade. E também servirá como um ótimo local para encontrar novos talentos e fazer contratações.”

Atualmente em versão beta aberta, a Meivox espera fechar 2012 com 30 mil usuários. Inicialmente, os serviços da plataforma são gratuitos. Depois, serão criadas assinaturas com valores entre R$ 25 e R$ 35, com benefícios extras, como informações em tempo real diretamente da BM&FBovespa.


 

Fonte: Revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Como citar o Twitter em um trabalho acadêmico

 
 
Dar um RT não é mais a única forma de citar aquele tweet importante de que você gostou. A partir de agora, citações mais ~moderninhas~, como as atualizações de status no Twitter, já podem ser oficialmente eternizadas – junto com enciclopédias, livros e revistas  - no conteúdo de TCCs e teses de mestrado.

A novidade foi proposta pela Modern Language Association (MLA), associação norte-americana que, como a brasileira ABNT, dita as regras quando o assunto são os formatos de trabalhos acadêmicos. O formato padrão, que mistura as regras tradicionais às particularidades da rede social, é bem fácil de aprender: último nome, primeiro nome. (nome da arroba). “o tweet completo”. Data, Horário. Tweet. No caso do post da SUPER escolhido para ilustrar esse texto, ficaria assim:
 
SUPERINTERESSANTE, Revista. (revistasuper). “Cuidado: Tédio pode matar migre.me/88THy”. 2 de Março de 2012, 16:40. Tweet.

Via: The Atlantic

P.S.: Procurado pela reportagem, o Centro de Informações Técnicas da ABNT não informou quais são as normas brasileiras para a citação de um tweet.

Fonte: Blog Tendências

sexta-feira, 16 de março de 2012

Novo cartão de crédito parcela em até 200 vezes

Nova administradora Shopcards vai lançar produto com prazos de pagamento flexíveis e os menores juros do mercado de cartões



 O mercado verá, em breve, a estreia de uma nova linha de cartões de crédito que promete juros menores do que os do rotativo do cartão atualmente. Mais do que isso, o Shopcards deverá ser aceito em estabelecimentos onde hoje os plásticos praticamente não entram, como consultórios médicos e dentários, além de possibilitar prazos de parcelamento bem maiores que as tradicionais dez vezes “sem juros”. “Quem define o número de parcelas é o estabelecimento, mas nosso sistema prevê que seja possível parcelar em até duzentas vezes”, diz Marcello Gimenez, vice-presidente da Shopcards e ex-diretor da Credicard.

Um prazo de duzentas vezes equivale a nada menos que 16 anos de dívida no cartão de crédito, com a incidência de juros compostos. A promessa da Shopcards é que essa taxa será bem menor do que a tradicional taxa do rotativo, atualmente de 10,69% ao mês ou 238,30% ao ano em média. Mas essa taxa pode chegar facilmente a 15% ao mês. “As taxas de juros também serão definidas caso a caso, mas se for acertada para um determinado lojista uma taxa de 6% ou 6,5% ao mês, já seremos competitivos”, diz Gimenez.

No entanto, o professor de finanças da FGV-SP, Samy Dana, alerta: “O consumidor tem que lembrar que são juros sobre juros, então uma taxa de 6% ao mês equivale a mais de 100% ao ano. Ele perde muito mais no longo prazo. O que é melhor: dever por um dia a uma taxa de 80% ao ano ou dever pela vida toda a uma taxa de 50% ao ano? A taxa de juros do cartão de crédito é para dívidas de prazos muito curtos”.

Com prazos alongados, fica fácil perder o controle dos gastos e acabar endividado. Um prazo de 24 meses já requer atenção redobrada para que o consumidor para não contraia muitas dívidas ao longo desse período. Levando-se em consideração que a educação financeira não é amplamente disseminada no Brasil e que o brasileiro geralmente busca a parcela que cabe no bolso, os resultados podem ser desastrosos.

A existência de um cartão de crédito com taxas de juros menores, porém, não deixa de ser positiva, uma vez que força o mercado a baixar os juros. “Quanto mais concorrência tivermos nesse mercado, mais os grandes bancos terão de baixar os juros. Essa concorrência é sadia para o consumidor”, diz Conrado Navarro, planejador financeiro da consultoria Dinheirama.

Como funciona

A ideia da Shopcards é confeccionar cartões voltados especificamente para os estabelecimentos, nos moldes do que já acontece com os cartões de crédito atrelados a grandes varejistas. Cada instituição poderá, portanto, definir seu próprio prazo máximo de parcelamento e taxa de juros, que começará a incidir desde a primeira parcela, como acontece em qualquer outro empréstimo. “É uma oficialização do empréstimo. É preciso ter em mente que não existe parcelamento realmente sem juros. Tanto que se o consumidor opta por pagar uma compra à vista, ele recebe um desconto”, lembra Marcello Gimenez.

A empresa pretende atuar principalmente junto a varejistas que comercializem eletrodomésticos (linha branca e linha marrom) – o que possibilitará, por exemplo, o abandono dos tradicionais boletos e carnês de pagamento – confecções de alto padrão e consultórios e clínicas médicas e dentárias. O primeiro varejista a lançar seu cartão próprio Shopcards será o Shopping D&D, em São Paulo, voltado para decoração e design. Espera-se que só este contrato gere, no mínimo, 60.000 cartões.

Para possibilitar a taxa de juros mais competitiva, os custos da operação também serão reduzidos. A máquina será fornecida gratuitamente e a taxa de administração será de 1,5%. De acordo com o vice-presidente da Shopcards, esse custo atualmente costuma oscilar entre 3,5% e 6,5%. Os tipos de captura também são de baixo custo e podem até dispensar a tradicional maquininha, como acontece com o sistema de pagamentos mobile e o aplicativo que roda em ambiente web e funciona como maquineta.

O software que permite a diversificação de pagamentos também permite o acompanhamento das compras dos consumidores, possibilitando, por exemplo, o envio de anúncios customizados de acordo com os hábitos de cada cliente, desde que este autorize o recebimento deste material. Será possível, inclusive, fazer o cruzamento de dados para que administradora descubra que o sujeito que compra na loja X também compra no supermercado Y, favorecendo o envio de sugestões de compra que possam lhe interessar.

A facilidade é uma faca de dois gumes. Se por um lado o consumidor se verá livre dos spams publicitários, obtendo informações mais específicas e potencialmente mais interessantes sobre as ofertas, por outro, esse tipo de abordagem pode aumentar a tentação, não sendo indicada para quem é impulsivo na hora de comprar.

Como cartões de crédito necessitam da intermediação de uma instituição financeira, a Shopcards tem buscado firmar parcerias com instituições fora do circuito dos grandes bancos. São bancos e financeiras de médio porte, sem rede de varejo e com mais interesse em ser competitivas no segmento de crédito, uma vez que não contam com um sistema de contas-correntes como fonte de recursos. Segundo Gimenez, mais de dez bancos já fecharam parceria.

Busque crédito mais barato

Mesmo com taxas mais baixas que as dos demais cartões de crédito, os cartões Shopcards ainda são mais caros do que as tradicionais linhas de Crédito Direto ao Consumidor (CDC), em geral voltadas para o financiamento de eletrodomésticos, móveis, material de construção e até cirurgias plásticas. A taxa de juros média praticada hoje para esse tipo de empréstimo é de 1,97% ao mês, ou 26,38%. Mesmo uma linha de crédito cara, como os empréstimos voltados para cirurgias plásticas, não chega a cobrar nem 5% ao mês.

É claro que ir ao banco buscar um empréstimo é bem mais trabalhoso do que simplesmente passar o cartão na maquininha. Da mesma forma, o parcelamento pode não ser tão longo quanto aquele proporcionado pela Shopcards. Se o importante é ter uma parcela que caiba no bolso, essa pode ser a melhor opção, ainda que requeira muita atenção ao orçamento. Mas se o importante é pagar mais barato, melhor mesmo buscar outra linha de crédito para não ficar sufocado. “A grande sacada de um produto como o da Shopcards é a comodidade do cartão. O problema é que, quanto mais fácil o crédito, mais difícil para o consumidor discernir se aquela compra é necessária, e menos ele pensa nos juros”, alerta Conrado Navarro.

Fonte: Exame.com

quarta-feira, 14 de março de 2012

Schin reassume a vice-liderança




Durou apenas cinco meses a vice-liderança da Petrópolis no mercado de cervejas brasileiro. De acordo com dados da Nielsen referentes ao mês de fevereiro, a Schincariol retomou a segunda posição e fechou o mês com 10,4% de participação nas vendas. A Petrópolis, dona das marcas Itaipava e Crystal, ficou com 10,3% em terceiro lugar. A Ambev permanece em sua folgada liderança com 69,5% das vendas e a Heineken é a quarta com 8,3%.


Fonte: Exame.com

domingo, 11 de março de 2012

Você está preparado para 2050?

Apesar de a data parecer distante, o processo de mudanças deve começar agora. E quem quiser sobreviver precisa começar a se adaptar


Em 2050, a economia mundial estará crescendo a um ritmo 50% maior que o atual. As perspectivas apontam que a produção global triplicará. E os grandes responsáveis por isso serão as economias emergentes, que terão crescido cinco vezes mais do que o chamado mundo desenvolvido, e passarão a contribuir duas vezes mais do que os países de "primeiro mundo" para o crescimento global.

A expectativa é de que 19 das 30 maiores economias do mundo sejam, em 2050, de países hoje considerados emergentes. A Índia, por exemplo, será a terceira maior economia de todo o globo. A China será a primeira. Países como Suíça, Bélgica, Áustria, Noruega e Dinamarca desaparecerão dos Top 30.

O crescimento populacional deverá viver suas próprias reviravoltas. Na Arábia Saudita, a população ativa viverá um crescimento de 73%. No Japão, esse valor diminuirá 37%. E isso refletirá diretamente na variação de suas fortunas. Todas essas mudanças terão fortes implicações no modo como a agenda política global é conduzida. Para se ter uma idéia, na última década, a Europa já precisou abrir mão de dois assentos no conselho executivo do FMI para dar espaço a governos de países emergentes.

E ainda teremos muitas outras mudanças em vista. A China, por exemplo, terá aumentado em sete vezes sua renda per capita. Mas esse valor ainda corresponderá a 32% do equivalente nos EUA.

2050 será apenas o começo das milhares de transformações que irão redefinir o mundo. E você, seja empreendedor, seja profissional, precisará manter-se atento às novas tendências, de modo que possa acompanhar o desenvolvimento do planeta e do seu país, saber tomar as decisões certas e orientar seu futuro com uma agenda positiva.

A capacitação para atuar num mercado cada vez mais competitivo será um pré-requisito ainda mais fundamental do que é hoje. Em 2050, não bastará simplesmente conhecer seu público, será necessário transpor fronteiras e manter-se sempre conectado. Afinal, qualquer mudança de humor no outro lado do mundo terá capacidade de afetar os mercados por aqui.



Fonte: Administradores.com
Vídeo: HSBC

sexta-feira, 9 de março de 2012

Brasileiro cria máscara que converte respiração em energia


De olho no mercado cada vez mais promissor da produção de energia limpa e pensando em ajudar as tantas pessoas que, diariamente, sofrem com a falta de bateria no celular, justamente quando não há nenhuma tomada por perto, o designer brasileiro João Lammoglia projetou o AIRE.

Trata-se de uma máscara capaz de converter a respiração humana em eletricidade para carregar pequenos gadgets. Como? A invenção possui miniturbinas eólicas em seu interior, que transformam o ar expelido por quem utiliza a máscara em energia – que é transferida a pequenos eletrônicos – como celular, GPS e iPod – por meio de uma espécie de cabo USB.

De acordo com Lammoglia, o AIRE pode ser utilizado em qualquer lugar ou situação: no ônibus, durante uma corrida no parque ou ainda enquanto o usuário tira um cochilo – basta não estar nem aí para os olhares que o uso do aparelho, fatalmente, atrairá para quem colocá-lo no rosto, em público, para produzir energia.

Por enquanto, o AIRE é, apenas, um conceito – que, inclusive, já rendeu ao seu criador o prêmio internacional Best Of The Best 2011 Design, da organização Red Dot –, mas o brasileiro já tem planos para comercializá-lo. Você aprova a invenção?

Fonte: Blog Planeta Sustentável

8 gafes que os empreendedores devem evitar


Saiba quais atitudes são consideradas deselegantes e podem até manchar a imagem da sua empresa

Você é daqueles empreendedores que fala o tempo todo sobre o seu negócio? Ou que tem coragem de pedir empréstimo para os amigos no bar? É bom saber que, além de prejudicar a amizade, esses tipos de atitude podem manchar a imagem da sua empresa. “Na verdade, o mundo empresarial oferece grandes oportunidades para se cometer gafes em qualquer momento”, lembra Ligia Marques, consultora de etiqueta.

Palavras, posturas e trajes passam credibilidade e ajudam a formar a impressão do negócio. “Sempre que se fala, é preciso passar a melhor imagem da empresa e da pessoa”, diz Ruth Cronemberger, consultora de comportamento e postura profissional da Lacre Consultoria. Veja a seguir oito gafes que podem destruir a imagem da sua pequena empresa.

1. Cliente não é amigo

A relação entre sua empresa e a clientela é uma das mais preciosas que existem. Saber lidar com o cliente, agradar e tratar bem é a chave para boas vendas. Mas, confundir cliente com amigo e abusar da informalidade é um erro. “Não é o caso de fazer perguntas relacionadas à vida particular. Foque no profissional”, ensina Ruth. O cuidado vale até para os famosos porta-retratos. Não chegue perguntando se é a esposa ou os filhos. Se não for, vai ficar muito chato. “Se o cliente não dá abertura, não queira parecer intimo, em especial com estrangeiros. A informalidade pode fazer mal”, diz a consultora da Lacre.

Outro problema grave com relação aos clientes é ignorar os conhecimentos dele. “Desmerecer o conhecimento do cliente frente ao que ele procura ou colocá-lo em situação de constrangimento é uma gafe”, explica Ligia.

2. Fique em dia com os pagamentos

Evitar o excesso de informalidade vale também com funcionários e fornecedores. Mais do que isso, é importante lembrar que esta relação é pessoal e financeira. Por isso, as especialistas destacam o atraso de pagamentos como uma situação bastante delicada. “Também é deselegante achar que fornecedores e funcionários são seres inferiores e que, por isso, podem ser desrespeitados e tratados com arrogância ou grosserias”, indica Ligia.

3. Desative a “rádio corredor”

Hoje em dia, é quase impossível ficar imune às redes sociais. Uma piada no trabalho ou um convite de almoço logo se tornam praticamente públicos quando vão parar no Facebook, no Twitter ou até no LinkedIn. ”Muitas vezes, as coisas ditas em uma sala logo estão nos corredores. É a chamada ‘rádio corredor’”, explica Ruth. Por isso, nada de colocar tudo que acontece na empresa nas redes sociais ou ficar fazendo fofoca na hora do café.

4. Não abuse dos amigos

Até os empreendedores merecem uma happy hour no final da semana. É o momento do dia em que ele encontra os amigos e pode, finalmente, mudar os ares. O problema é que muitos empresários não se desligam da empresa e ficam falando o tempo todo dos negócios. “Todo assunto que é comentado em exagero acaba se tornando cansativo e a pessoa passa a ficar uma desagradável companhia”, diz Ligia.

Mais desagradável ainda é pensar em pedir dinheiro aos amigos. “Esta é uma situação bastante delicada e deve ser evitada, já que deixa os amigos constrangidos. Vale mais a pena tentar um financiamento em uma organização financeira”, sugere. Ruth lembra que, nestes casos, corre-se o risco de perder a amizade. Se você já escorregou e pediu um empréstimo, priorize o pagamento do valor em dia, sempre.

5. Nada de celular nas reuniões

A etiqueta corporativa para uma reunião de negócios já foi bastante disseminada. Além de focar no importante e ser pontual, tenha um cuidado especial com celulares e outros aparelhos eletrônicos. “Em uma reunião, o celular deve estar desligado”, ensina Ruth. Se for emergencial, avise as pessoas na sala que vai precisar deixar o aparelho ligado, mas lembre-se de tirar o som.

“Se tocar, precisa pedir licença para sair e atender. Na vida corporativa, a discrição é sinal de elegância e ajuda a manter uma imagem intacta”, diz Ruth. Segundo as especialistas, é preciso ter atenção também com atitudes arrogantes e frases do tipo “discordo totalmente”.

6. Vista-se adequadamente

Não saber como se vestir para cada ocasião é deselegante e pode prejudicar o negócio. “É falta de profissionalismo não perceber que a sua imagem fala muito. Olhe a moda e faça o seu estilo profissional, com aquilo que cai bem para o seu porte físico e para sua função”, indica Ruth. É importante ainda saber se vestir para situações variadas. Um empresário não vai a um banco pedir empréstimo com a mesma roupa que vai a um churrasco com clientes.

7. Fale de negócios na sobremesa

Um almoço de negócios pode ser bastante produtivo para a empresa, mas um desastre em etiqueta. Para as consultoras, o básico é mastigar de boca fechada, manter os cotovelos fora da mesa e mostrar-se confortável. “Às vezes, é melhor escolher um prato simples para dar atenção ao cliente ao invés de coisas elaboradas para impressionar e ficar confuso com a comida”, sugere Ruth. Além disso, evite falar de negócios durante todo o almoço. O melhor momento para isso é a sobremesa.

8. Entenda outras culturas

Os negócios globais são cada dia mais comuns. Mesmo nas pequenas empresas, o contato com clientes e investidores estrangeiros tem se tornado um hábito. “Desconhecer as características culturais de um cliente estrangeiro é deselegante e pode prejudicar a empresa”, sugere Ligia.

Nestas horas, é preciso pesquisar sobre a cultura da pessoa e evitar problemas como afeto excessivo e até atitudes que podem ser consideradas rudes. “Nos contatos com as empresas multinacionais ou em viagens de negócios, precisa conhecer bem os clientes. Conhecer e respeitar as culturas é muito importante”, indica Ruth.

Fonte: Exame.com

segunda-feira, 5 de março de 2012

Reajuste os preços sem irritar os clientes

A teoria e a fórmula parecem simples: a some de custos com o lucro desejado dará o preço cobrado por produtos e serviços. A realidade, no entanto, exige um pouco mais do empreendedor. Além de conhecimento da própria empresa, também é essencial um estudo do mercado e da concorrência antes de precificar seus produtos. A regra vale para descontos, promoções e, também, aumentos.

Para saber como reajustar os preços sem irritar a clientela, é preciso conhecer a melhor forma de definir o valor de um item. Existem duas linhas principais quando se fala em formação de preços: soma do custo com a margem de lucro e observação do mercado e da concorrência. A orientação dos especialistas é alinhar as duas. “Não adianta fazer um cálculo elaborado e definir preço que o mercado não aceita, ou o contrário e colocar um preço baixo e ter prejuízo”, avalia o consultor da Praxis Education.

Para o professor Adriano Gomes, a avaliação do mercado é mais importante do que a simples soma de custos. “Essa ideia de que fazer fórmula de precificação está afastada da atual realidade. Ninguém consegue formar preço a partir do escritório. Eles são dados pelo mercado, a partir do conceito de valor que determinada marca ou produto consegue transmitir para clientes potenciais.”
 
Tenha uma justificativa aceitável

O professor de finanças do curso de Administração da ESPM Adriano Gomes destaca o reajuste de custos (alteração no valor das matérias-primas, fornecedores, aumento de salário de funcionários) e mudanças na tributação (alíquota dos produtos ou até mesmo da legislação) como variáveis que podem atingir os preços.

Para ele, aumentos baseados na vontade do empresário, sem embasamento em algum desses quesitos, têm como consequência certa a perda de vendas. “Quando há uma explicação plausível, que foge ao controle do empresário, o cliente aceita a ideia de reajuste dos valores a serem pagos. O que o consumidor não aceita são aumentos absolutamente inexplicáveis e pontuais, praticados por uma ou duas empresas do segmento", explica Gomes.
 
Acompanhe o mercado

Galhardo lembra da necessidade de se pensar muito bem a respeito do repasse de custos para o consumidor. “Aumentar e depois diminuir o valor pode queimar a imagem da empresa e ser um caminho sem volta”. De acordo com ele, o ideal é que o empresário, ao identificar que seus custos aumentaram, cheque a repercussão disso no mercado. “Às vezes, o concorrente aplicou um aumento proporcional ao que sentiu no próprio bolso e, se eu decidir lucrar menos e repassar o menor custo possível ao consumidor, posso atrair mais clientes.”

Ofereça mais

Segundo especialistas, bom atendimento, cumprimento de prazos e boa vontade são características que os clientes levam em na hora de aceitar pagar um valor superior. “O preço pode ser interessante para chamar o consumidor para a loja, mas ele aceita pagar mais se consegue um pacote que vai além”, destaca o sócio-diretor da Praxis Education, Maurício Galhardo.

Por isso, praticar preços muito acima do mercado, sem oferecer nenhum diferencial é pergidodo. “É pouca a margem de manobra para decidir qual será o valor, a não ser que o produto seja exclusivo. No mercado concorrencial os preços já estão estabelecidos”, diz Gomes.
 
Corte custos

Se a intenção de aumentar os preços é lucrar mais, os especialistas sugerem tentar outras opções. Para Adriano Gomes, a nova realidade do mercado exige que o empresário se dedique mais para ter uma gestão eficaz de custos. “Ele deve comprar bem, certo e no tempo correto”. Ou seja, produtos de qualidade, na quantidade adequada à demanda e na época certa  - não adianta querer vender casacos no verão ou peças com estampas da coleção passada -, o negócio vai adiante.

Maurício Galhardo concorda com a teoria. “A melhor estratégia é trabalhar custos da empresa, reduzir os gastos, ter eficiência nos processos de baratear estrutura e, assim, chegar a um preço atrativo”. Porém, o especialista ressalta que essa não é a realidade da maioria das pequenas empresas. “É raro encontrar um empresário que tem controle sobre seus gastos”.

Fonte: Exame.com

sexta-feira, 2 de março de 2012

Modelos sustentáveis transformam resíduos em energia e lucros

Empresas exploram modelos lucrativos de agroenergia pensando na sustentabilidade e em bons negócios

Nas últimas décadas, houve uma ampla mobilização entre os países por práticas e soluções que pudessem melhorar a relação do ser humano com o meio ambiente. Desde reuniões, como as realizadas em Copenhague, e até assinaturas de termos, como o protocolo de Kioto, boa parte das nações começou a pensar sobre como será o futuro ambiental do nosso planeta.

No mundo empresarial, o tema também começou a fazer parte da agenda de muitas organizações. Diversos empreendimentos começaram a pensar sobre a sustentabilidade e associar sua imagem a ações voltadas para a responsabilidade socioambiental. Bancos, indústrias, estatais e companhias de diferentes segmentos aderiram a essa prática. Como resultado, o tema tornou-se papo presente entre empresas e consumidores, configurando-se num posicionamento de ética e transparência para quem o adota.

No entanto, se antes o intuito era apenas transmitir a imagem de "politicamente correto", hoje, as questões de responsabilidade sócio/ambiental estão mostrando ser uma necessidade eminente sendo, inclusive, muito lucrativas para quem as utiliza. Uma dessas vertentes que está crescendo é a da agroenergia – com a busca de alternativas energéticas menos poluentes e com perspectivas de renovação continuada.

Esse tipo de fonte energética ganhou força, principalmente, com o crescente aumento do preço do petróleo, a possível instabilidade de suprimento e o risco das alterações climáticas derivadas da liberação excessiva de gases causadores de efeito estufa. E há iniciativas bem interessantes nesse segmento.


 Cada vez mais surgem iniciativas relacionadas às questões ambientais.

Sonho juvenil

Um empresário que arregaçou as mangas e acreditou nesse tipo de energia sustentável foi o administrador Alessandro Araújo Gomes. Antes mesmo de entrar na faculdade, ele alimentava o sonho de se envolver em um projeto sustentável. "A ideia de montar um negócio surgiu há muito tempo, numa aula de ecologia, em 1989. Depois de formado em Administração, com bastante vontade, comecei a procurar algo que juntasse preservação ambiental e geração de energia, e acabei encontrando o programa nacional do biodiesel, em 2006", conta.

Em 2008, Alessandro escreveu um plano de negócios e buscou financiamento junto a amigos e parentes para montar uma usina de produção de biodiesel. Com o projeto em mãos, a Prefeitura Municipal de Cruzeiro, em São Paulo, cedeu uma área no Distrito Industrial I, possibilitando, assim, o início das atividades. Lá é reciclado o óleo de fritura usado em restaurantes, cozinhas industriais, lanchonetes e condomínios para fabricação do combustível, bem como nas indústrias de sabão, ração e resinas.

Com uma produção mensal de 10 mil litros, o empresário sabe que ainda há um grande caminho a percorrer. "Para os próximos anos, esperamos um crescimento significativo na coleta de óleo de fritura usado e gorduras residuais em função do aumento da consciência da população. Estamos ajudando a plantar um futuro melhor. Sabemos que o trabalho é difícil e demorado, mas os frutos serão bons para todos", salienta.

A união faz a força

A iniciativa de utilizar resíduos para gerar energia também movimenta grandes entidades. A Petrobras Biocombustível, por exemplo, fez uma parceria com a rede de catadores de resíduos sólidos recicláveis do Estado do Ceará e implementou, em dezembro de 2011, uma Estação de Tratamento Primário de Óleo e Gorduras Residuais (OGR) na Usina de Quixadá, na cidade de Fortaleza.

A unidade tem capacidade de filtrar 30 mil litros/mês de óleo de cozinha e contribui para o desenvolvimento do programa Cuidar, voltado à coleta e ao beneficiamento desse óleo destinado à produção de biodiesel. De acordo com Silvano Cavalcante, gerente de suprimento da usina, a implantação dessa unidade vem ajudar toda a região metropolitana. "Com esse avanço, aumenta a possibilidade de reaproveitamento desse óleo e diminui seus impactos ambientais e sociais, gerando postos de trabalho e agregando valor e renda a uma atividade já realizada pelos catadores", destaca.


A Usina de Quixadá é uma das mais importantes produtoras de biodiesel no país.

A parceria da Petrobras Biocombustível com a cooperativa de catadores já se estende para outros locais como Bahia e Minas Gerais - estados onde estão localizadas suas usinas de biodiesel. Apesar de essas iniciativas serem realizadas em localidades específicas, as ações criam perspectivas de um mundo de possibilidades, em que a utilização dos recursos da natureza podem garantir não apenas um ecossistema no futuro, mas uma nova forma de fazer negócios. 

Fonte: Administradores.com